Com a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica entra em um dos seus mais importantes rituais: o conclave. O processo, realizado na Capela Sistina, no Vaticano, consiste na eleição secreta de um novo pontífice pelo Colégio Cardinalício. A palavra conclave vem do latim cum clave, que significa “fechado a chave”, remetendo ao isolamento dos cardeais durante a votação.
O primeiro passo após o falecimento do papa é o período de luto de nove dias, seguido do sepultamento. Depois, os 252 cardeais do mundo todo são convocados para o Vaticano, onde são realizados encontros para discutir os desafios da Igreja e o perfil desejado para o novo líder. As votações, no entanto, são restritas aos cardeais com menos de 80 anos — atualmente, 135 estão aptos a votar, embora o limite tradicional seja 120.
Os cardeais são acomodados na Casa Santa Marta, local onde Francisco escolheu morar ao invés do Palácio Apostólico. No dia da votação, participam de uma missa na Basílica de São Pedro e seguem em procissão até a Capela Sistina. No local, sem contato externo e sem uso de eletrônicos, depositam seus votos em urnas. Se nenhum candidato atingir dois terços dos votos, as cédulas são queimadas com substância que gera fumaça preta. Quando há um eleito, a fumaça é branca, indicando ao mundo que há um novo papa.
O Brasil possui oito cardeais no Colégio Cardinalício, sendo sete com direito a voto. Entre eles, estão nomes como dom Odilo Scherer (São Paulo), dom Leonardo Steiner (Manaus) e dom Sérgio da Rocha (Salvador). O único brasileiro fora da votação é dom Raymundo Damasceno Assis, de 87 anos.
Durante entrevista, Damasceno afirmou que a escolha do novo papa é um processo espiritual. “Não há candidaturas. É uma obra de Deus, conduzida pelo Espírito Santo”, disse. A Igreja agora vive o período da Sé Vacante, enquanto aguarda o anúncio com a tradicional frase habemus papam – “temos papa”.